quarta-feira, 22 de outubro de 2008


"Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.

Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!

Quer livres, quer regulares,
Abrem sempre os teus cantares
Como flor de quintanares.

São cantigas sem esgares.
Onde as lágrimas são mares
De amor, os teus quintanares.

São feitos esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzem estrelas luares.

São para dizer em bares
Como em mansões seculares
Quintana, os teus quintanares.

Sim, em bares, onde os pares
Se beijam sem que repares
Que são casais exemplares.

E quer no pudor dos lares.
Quer no horror dos lupanares.
Cheiram sempre os teus cantares

Ao ar dos melhores ares,
Pois são simples, invulgares.
Quintana, os teus quintanares.

Por isso peço não pares,
Quintana, nos teus cantares...
Perdão! digo quintanares.

Que eu vou passando e passando,
Como em busca de outros ares...
Sempre de barco passando,

Cantando meus quintanares...
Mario Quintana"

(Poema recitado por Bandeira na homenagemaos 60 anos do poeta, na ABL.)

2 comentários:

Saulo Bahia Grenouille disse...

Não conhecia!

Adorei o jogo de palavras e rimas. Quintana, cantares, Quintanares! É até gostoso de ler :)

Adorei teu blog...

Abreijos!

Saulo Bahia Grenouille disse...

Pode deixar que sempre estarei por aqui sim!!

;)